
Um dos trechos das gravações telefônicas anexadas ao inquérito do ex-coordenador da assessoria técnica da Defensoria Pública do Estado (DPE), André Herbert Cabral Borba, preso nesta quinta-feira (16), em um shopping de João Pessoa, reforçam os indícios de irregularidades que ele praticava no órgão público. Segundo o delegado da Polícia Civil, Aldrovilli Grisi, o servidor que ocupava cargo comissionado “era quem comandava a quadrilha”. A Polícia Civil também investiga se o servidor utilizava uma inscrição falsa da OAB-PB para atuar como advogado.
As escutas autorizadas mostram, por exemplo, como agia André Herbert para obter lucros sobre processos oriundos do Procon Estadual. “Uma pessoa dava entrada no Procon-PB contra uma determinada empresa que recebia uma multa em torno de R$ 300 mil. O processo era encaminhado para a Defensoria Pública do Estado e, como coordenador jurídico, ele tinha o e daí começa o suborno à empresa. Ele sempre pedia 10% da multa aplicada para encerrar o processo e a empresa ficar livre da multa”, comentou o delegado Aldroville Grisi, acrescentando que tinha a conivência de um funcionário da Defensoria identificado por Rodolfo Cavalcanti Dias.
O delegado revelou que as investigações foram iniciadas em março deste ano, quando um gerente de um banco renomado [o nome não foi revelado] denunciou o caso ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) que estava sendo vítima de suborno. “O gerente procurou o MP e o órgão entrou em contato conosco. Iniciamos as investigações, a vítima gravou toda conversa e um policial se ou pelo gerente e prendemos André e Rodolfo em flagrante com os R$ 30 mil – que seria R$ 15 mil pra cada um”.
As investigações apontaram outra irregularidade comandada pelo ex-servidor da Defensoria do Estado. “Ele atuava como advogado sem ter o registro a OAB. Inclusive, ela advogava e tinha processo dele no Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, comentou Grisi.
Os dois envolvidos no crime estão presos na sede do comando do Corpo de Bombeiros em João Pessoa. De acordo com o delegado Aldroville Grisi, eles vão responder corrupção iva qualificada. André Hebert também será enquadrado por falsidade ideológica e de documento particular.
A Defensoria Pública do Estado adiantou que fará uma correição em todos os processos em que o ex-coordenador da assessoria técnica atuou. “Ainda não sabendo o montante extraído por eles das empresas”, frisou o delegado.
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Fonte: Hyldo Pereira, Portalcorreio
