Olha a Beija-Flor aí, gente! Com a voz inconfundível do intérprete Neguinho da Beija-Flor, uma das maiores campeãs da história do Carnaval do Rio de Janeiro – tem 12 títulos – adentrou a Sapucaí na noite desta segunda-feira – foi a terceira do dia a pisar na avenida. O enredo mostrado no sambódromo é alvo de polêmica: a história da Guiné Equatorial foi contada durante quase uma hora e 20 minutos, mas as mazelas do país ficaram longe da arela do samba.
A escola de Nilópolis desfilou na Sapucaí o enredo “Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade.” O tema ganhou muita polêmica por ter sido patrocinado e exaltar as belezas de um país governado há mais de 30 anos por um ditador que é acusado de infringir diversos direitos humanos e a liberdade de imprensa.
Na Sapucaí, a Beija-Flor não empolgou tanto como escolas que vieram antes. Não houve surpresas como as que apareceram no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, do carnavalesco Paulo Barros, e tampouco houve o brilho exibido pela Portela logo antes. Mesmo assim, a apresentação da escola foi competente, com riqueza de detalhes e sem erros graves. Pode ser o suficiente para o título aparecer na quarta-feira.
Por uma hora e 20 minutos, a história da Guiné Equatorial foi contada. Sem críticas, houve espaço para enaltecer as belezas naturais do país através do relato de um griô, espécie de contador de histórias na lenda popular africana.


